Professores e pesquisadores da área de saúde da Unicamp elencaram uma série de projetos e iniciativas que tem o potencial de consolidar a cidade de Campinas com um polo regional hospitalar, de serviços e equipamentos médicos. As propostas compõem o Levantamento de Projetos ligados à Agenda 2030, uma iniciativa da equipe da Coordenação do HIDS Unicamp e foram discutidas no primeiro encontro da série e oficinas Unicamp 2050. Segundo o coordenador do HIDS Unicamp, professor Mariano Laplane é ampliar a transparência e a participação de toda a comunidade da Unicamp no processo de elaboração de um plano de ocupação do HIDS Unicamp. A oficina aconteceu no Prédio Anexo da Inova Unicamp, na Fazenda Argentina, no dia 28 de junho.
Além dessa oficina, a coordenação prevê pelo menos mais quatro encontros que devem ajudar a identificar pontos em comum entre as propostas enviadas no Levantamento, possibilidades de parcerias para evitar sobreposições e promover o uso mais racional do espaço. “Nos casos em que o pesquisador manifestou interesse em ocupar uma área na Fazenda Argentina, essas discussões também serão importantes para explorar possibilidades de localização, as necessidades de infraestrutura e o potencial de compartilhamento de equipamentos”, explicou a professora da FCFAU, Gabriela Celani, que acompanha a elaboração do plano de ocupação da Fazenda.
Uma das propostas apresentadas foi o construção de um Hospital Metropolitano no HIDS Unicamp, projeto que envolve toda a equipe da Deas (Diretoria Executiva da Área de Saúde), pesquisadores do NEPP (Núcleo de Estudos de Políticas Públicas), dirigentes e técnicos dos órgãos da saúde a nível estadual e municipal, prefeitos dos municípios que compõem a região metropolitana de Campinas. De acordo com a professora da FCM, Ângela Maria Bacha, um dos benefícios que o novo hospital poderia trazer seria a reorganização do SUS da área da saúde da universidade.
Ainda no eixo de infraestrutura hospitalar, o professor Joaquim Bustorff Silva trouxe a proposta de criar um Instituto de Especialidades Pediátricas. Segundo ele, seria um Hospital de Assistência, Ensino e Pesquisa em Pediatria, com aproximadamente 200 leitos.
Já a professora do Departamento de Infectologia da FCM, Mariângela Resende, apresentou o Hub de Saúde Global da Unicamp. Segundo ela, a proposta consiste numa rede de pesquisadores e stakeholders de diferentes Institutos da Unicamp incluindo a FCM, IB, as áreas tecnológicas com atores externos públicos e privados. “A transversalidade marca o cenário da saúde no período pós-pandêmico e as interações entre as diferentes áreas do conhecimento e setores da sociedade devem ser priorizadas no sentido de ”assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades”, como aponta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS 3), disse. Segundo ela, no escopo do Hub estariam atividades como apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças transmissíveis e não transmissíveis, que afetam principalmente os países em desenvolvimento de modo a ampliar o acesso a medicamentos para todos.
Polo de saúde – Hoje, a cidade de Campinas funciona como um polo regional de medicina, saúde e bem-estar para as mais diversas regiões do interior paulista. Embora a cidade de Campinas tenha 1,13 milhão de habitantes, é referência regional para cerca de 3,5 milhões de pessoas na oferta de serviços e produtos. Este é um dos dados que corrobora o potencial da área de saúde como uma das cinco áreas de especialização que podem alavancar o Hub (as demais são energia, alimentos, água e mobilidade urbana).
A partir da premissa de entregar soluções para os desafios do desenvolvimento sustentável, o HIDS tem a um forte potencial para melhorar o papel da região auxiliando na expansão da oferta de serviços de saúde, ampliando os espaços de pesquisas nesta área e ainda atuando como um laboratório vivo para projetos de prevenção e predição dos fatores de risco de doenças e análise de evolução de um grande número de pacientes.
Por Patricia Mariuzzo